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- novembro 22, 2024
“Se o mundo pudesse escrever sua própria história, ele escreveria como Tolstói”, disse o jornalista e escritor russo Isaac Babel sobre um dos mais importantes nomes da literatura universal, Liev Tolstói, cuja vida é retratada por Rosamund Bartlett em “Tolstói, a biografia”, lançamento da Biblioteca Azul.
Nascido em uma família aristocrática em 1828 e órfão de ambos os pais aos 8 anos de idade, Liev passou de um jovem impulsivo a grande escritor e até mesmo profeta. À época de sua morte, em novembro de 1910, era o homem mais famoso de toda Rússia.
Para além de debruçarse sobre a concepção de seus grandes romances, como Guerra e paz (1869) e Anna Kariênina (1877), em Tolstói, a biografia, Bartlett destrincha os diferentes períodos da vida do escritor, mostrando sua vinculação com a sociedade russa e trazendo informações pouco conhecidas ou lembradas.
Entre elas, histórias de antepassados pitorescos que seriam modelos de personagens de sua ficção, uma juventude marcada por amores e grandes prejuízos nos cassinos, sua preocupação com a educação dos russos (fundou escolas, estudou as teorias pedagógicas e organizou uma cartilha com a pretensão de que se tornasse a base da educação nacional) e até mesma uma campanha humanitária que organizou para combater a miséria causada pela seca na região de Samara, na estepe russa.
Liev Tolstói não foi um gigante só no campo literário – lembrando que foi contemporâneo de escritores como Dostoiévski, Turguéniev, Tchékhov, Dickens e Balzac –, foi um dos homens mais importantes da Rússia de seu tempo, em muitos momentos considerado um resumo e um modelo arquetípico do país.
A presença de Tolstói na vida russa foi tão ostensiva que ele se tornaria um messias, fundador de uma seita com milhares de seguidores, o tolstoísmo, uma espécie de cristianismo radical.
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