O Poder do Afeto – Construindo Relações Autênticas
- maio 28, 2025
No coração árido do sertão pernambucano, entre lendas sussurradas e silêncios impostos, emerge a história de Riachão do Tempo. Um povoado apagado dos mapas, soterrado pela injustiça, pelo medo e por uma terra que guarda, entre ossos, a memória dos que jamais tiveram voz.
Quando um manuscrito é descoberto junto ao esqueleto de um corpo enterrado sem nome, o passado, até então sepultado, retorna com a força de uma sentença. Entre o barro e a poeira, Eulália carrega em si marcas de perdas, raízes profundas e silêncios herdados. É ela quem dá testemunho de sua linhagem: três gerações moldadas por fé, poder, violência e resistência.
No centro dessa trama ancestral está Jaciara. Curandeira e mulher de saberes antigos, é temida pelos homens do altar e do mando, mas reverenciada pela terra e por aqueles que nela sobrevivem. Seu nome foi interditado. Sua memória, perseguida. Mas sua presença, essa nunca cessou.
Com ecos de Torto Arado e Grande Sertão: Veredas, Os Ossos do Rio Seco é um romance lírico, brutal e profundamente político sobre justiça, memória e ancestralidade. Uma narrativa em que fé e raiz se enfrentam, e em que cada página exuma os vestígios de um Brasil que insiste em esquecer seus fantasmas.
Esta é uma denúncia, uma elegia — e um manifesto sobre o que a terra cala, e o que, apesar de tudo, ainda floresce.
Titto Tenorio é o nome artístico de Evilasio Tenorio, advogado e escritor nascido e residente em Recife (PE). O apelido “Titto”, que carrega desde a infância, imprime em sua escrita um tom de afeto, lembrança e liberdade criativa. Em 2025, ele estreou na literatura com o lançamento quase simultâneo de dois romances:
a) "O Mistério da Cruz do Patrão", um romance de realismo fantástico que se passa no Recife contemporâneo. A narrativa parte do enigmático monumento da Cruz do Patrão para refletir sobre fé, culpa e os segredos que moldam a cidade;
b) "Os Ossos do Rio Seco", uma ficção histórica com linguagem poética e poderosa, que aborda temas como memória, ancestralidade e o silenciamento de vozes no sertão de Pernambuco.
Sua obra literária é permeada por elementos da espiritualidade popular, crítica social e a presença de vozes marginalizadas, apresentando forte lirismo e narrativas profundamente enraizadas na cultura brasileira. Para o autor, escrever é um ato de escuta — um mergulho nos ecos da terra, mesmo quando o tempo insiste em apagá-los.
Gostou de ler Os Ossos do Rio Seco ? Busque outros livros em nosso Diretório de livros e ebooks
Carlos Silva
Terminei esse livro ontem e ainda tô meio impactado. Os Ossos do Rio Seco não é uma leitura leve, mas é daquelas que ficam com a gente. A história é forte, cheia de dor, silêncios e memórias enterradas, mas contada de um jeito tão bonito e verdadeiro que parece que a gente tá ouvindo alguém mais velho contando, com calma, olhando pro chão.
A escrita é diferente, mais lenta, mais densa, mas tem algo de poético mesmo nas partes mais duras. Eulália, que narra quase tudo, é uma mulher que viu muita coisa e escreve não pra se exibir, mas pra deixar registrado. Tem passagens que me fizeram parar e respirar fundo.
Não é um livro pra passar o tempo. É um livro pra sentir. Pra lembrar de coisas que esse país tenta esquecer. E acho que por isso mesmo é tão necessário. Recomendo demais.